(Dedico este poema à minha Avó Ana, criadora de mundos encantados.)
- Anda...
- Já vou...
Pedra, formiga, escorpião,
ramo, pássaro e ninho no chão.
Universo que cabe na mão,
na tarde quente de verão.
- Anda lá!
- Já vou!
Trilho, trampolim, imaginação.
Caminho de memória sem repetição.
- Anda...
- Já vou...
Pedra para pontapear,
vara para saltar,
pau para cavar.
- Que estás a fazer? Anda...
Besouro, fraga, bicha-cadela,
rio de cascalho, vacas-louras,
muros de silvas com amoras,
água fresca na fonte da Capela.
Joga-se o jogo como rima,
abertura transparente que sublima.
(Zélia Mota e Costa, Tavira, 17 de Outubro de 2024)